30 de abril de 2011

Agentes do combate à dengue de Natal entram em greve

Agentes que atuam no combate param a partir de segunda. Prefeitura pedirá ilegalidade da greveO duelo entre o Sindicato dos Agentes de Saúde (Sindas) e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem uma nova e decisiva batalha, a greve. Após o cancelamento de uma reunião que estava marcada para ontem, às 11 horas, com o secretário municipal de Saúde, Thiago Trindade, os representantes do Sindas decidiram protocolar o indicativo de paralisação e cruzarão os braços a partir da próxima segunda-feira. A decisão dos profissionais, porém, pode resultar em exonerações. Diante de incertezas, na guerra contra o mosquito, quem perde é a população.Agentes que atuam no combate param a partir de segunda. Prefeitura pedirá ilegalidade da greve
 “O secretário não nos recebeu e quis protelar a audiência para a próxima segunda-feira. Nós não aceitamos”, disse o secretário do Sindas, Cosmo Mariz. De acordo com ele, o cancelamento foi informado pelo assessor Carlos Fernando. “A desculpa que ele nos deu foi de que o secretário iria inaugurar uma obra, depois conceder entrevista e à tarde despachar com a prefeita”, complementou Mariz.

 Diante da greve dos agentes de saúde municipais, o combate ao dengue está ameaçado. Os 150 profissionais contratados pela organização social terceirizada pela Prefeitura, ainda não tiveram nenhuma experiência em campo. Cosmo Mariz fez uma ressalva quanto ao perigo do manuseio do larvicida utilizado nas residências para as ações contra a dengue. O diflubenzuron 4 causou reações alérgicas em diversos agentes experientes.

 De acordo com a bula do inseticida Trulymax, do laboratório Sinon, o componente é extremamente tóxico. Além disso, os mecanismos de toxicidade em humanos não são conhecidos. “Hoje (ontem), nós flagramos uma situação absurda. Todos os supervisores foram convocados para uma reunião no Posto de Saúde do Bairro Nordeste. Quando lá chegamos, estavam os agentes contratados esperando por treinamento prático”, comentou Cosmo. De acordo com ele, o período mínimo para o correto manuseio do larvicida é de um mês ao lado de pessoas experientes treinando.

 O secretário do Sindas afirmou que a dosagem incorreta do diflubenzuron 4 pode causar envenenamento. Além disso, os técnicos que regulam o trabalho dos agentes municipais, não irão atestar o trabalho dos terceirizados sem eles comprovarem que sabem realizar todo o procedimento de uma visita domiciliar ou de campo corretamente.

 Para Thiago Trindade, se os agentes não recorrerem da decisão, o Município poderá tomar medidas extremas. “Vale ressaltar que os agentes estão em estágio probatório e poderão sofrer sanções administrativas. A possibilidade de exoneração não está descartada”, alertou o secretário.

 O documento assinado pelo diretor do Sindas, José Salustino, foi encaminhado à Procuradoria do Município. A ilegalidade da greve, baseado no estado de emergência decretado pela Prefeitura, será solicitada à Justiça.


Fonte Tribuna do Norte

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