29 de abril de 2011

Preço da gasolina poderá subir

O Posto Shell, vizinho ao Midway Mall, foi o alvo escolhido pela segunda vez,  no período de um mêsO Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipostos/RN) anunciou ontem que o preço da gasolina adquirida pelos postos do estado deverá aumentar R$ 0,15 a partir da próxima segunda.  Embora não afirmem que irão repassar o reajuste para o consumidor, os donos de postos já adiantaram que não poderão absorver a alta no custo. O Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), que representa as principais companhias distribuidoras, foi procurado pela reportagem, mas afirmou desconhecer o novo reajuste.

O Posto Shell, vizinho ao Midway Mall, foi o alvo escolhido pela segunda vez, no período de um mês
A informação do novo reajuste foi passada à TRIBUNA DO NORTE durante visita de donos de postos, ontem, ao diretor de redação, jornalista Carlos Peixoto. Se confirmada - e o acréscimo de R$ 0,15 atingir as bombas - o preço da gasolina deverá superar os R$ 3,00 em Natal.  Considerando o valor máximo  registrado pelo Procon Municipal, em pesquisa realizada no último dia 22, a mais recente feita pelo órgão, o valor máximo cobrado pelo litro do combustível passaria de R$ 2,99 para R$ 3,14. O preço médio, por sua vez, saltaria de R$ 2,86 para R$3,01.

Preocupados com a possível repercussão do novo reajuste, os empresários visitarão hoje a Promotoria de Defesa do Consumidor, do Ministério Público do Rio Grande do Norte. A intenção é discutir a questão de forma técnica e não política, segundo afirmaram.

Antônio Cardoso Sales, presidente em exercício do Sindipostos, disse que as empresas do setor já absorveram o que podiam em se tratando de aumentos. Os empresários também negaram que o movimento Combustível Mais Barato Já, apoiado pelo Comitê Gestor do Combustível (formado por OAB, Procons e Câmara Municipal de Natal), tenha conseguido reduzir o faturamento dos postos. Segundo o sindicato, os postos continuam faturando os mesmos valores registrados antes da alta.

“Quem abastecia R$50, continua abastecendo R$50”, diz Cirne Júnior, empresário.

O Sindipostos voltou a dizer que não tem nenhuma influência no preço final da gasolina, que a margem de lucro bruta dos postos (que fica em torno de 15%) não é extorsiva e que o problema de aumento de preços é nacional. O sindicato reconheceu que errou a não se pronunciar no início da polêmica e vai reavaliar sua politica de comunicação. Na avaliação dos empresários, a polêmica envolvendo o aumento do preço da gasolina está sendo usada como palanque eleitoral.

Consumidores protestam por preços mais baixos

Valdir Julião - repórter

Consumidores realizaram no começo da noite de ontem o sexto protesto em Natal contra os preços dos combustíveis. Com uma nota de R$ 50 em mãos, o advogado e mestrando de Direito sobre o setor no Nordeste, Samuel Gabbay,  pediu para abastecer apenas R$ 0,50 – valor pago por 0,175 litros de gasolina – no posto Shell vizinho ao Midway Mall, na avenida Salgado  Filho. Ele era um entre os manifestantes.

“A margem de lucro líquido praticado em João Pessoa, entre os dias 9 e 16 de abril de 2007,  quando foi denunciado o cartel dos postos de combustíveis na Paraíba, era de R$ 0,507 centavos, mesmo valor praticado em Natal de 9 a 16 de abril de 2011”, disse Gabbay, que faz mestrado há um ano na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Outro advogado, Reinaldo Protásio, deu uma nota de R$ 100,00 para o frentista abastecer R$ 0,50 de gasolina e disse que a manifestação pacífica foi a forma encontrada pela sociedade “para pressionar os donos de postos a reduzir o preço abusivo da gasolina”.

Moderador de uma comunidade criada no orkut, uma rede social na internet, para protestar contra os preços da gasolina, Tony Robson Silva diz que o movimento mudou o seu foco, deixando de lado o boicote de abastecimento contra os postos de bandeira BR: “Agora, estamos focando o protesto nos postos localizados nas principais vias da cidade, como a Salgado Filho, e orientando os donos de carros abastecerem com gasolina nos postos de preços mais baixos divulgados pelo Procon”.

O posto Shell vizinho ao Midway Mall foi o alvo escolhido pela segunda vez, em apenas um mês. Além de abastecerem apenas 0,175 litros de gasolina, os manifestantes pediram à gerência do posto que se fizesse o teste dos 20 litros de combustível, para averiguar se o consumidor não estava sendo iludido na hora de abastecer seu carro;o teste dos 25% de álcool adicionado à gasolina, como é previsto em lei e o teste de densidade da gasolina. Em todos eles, o combustível do posto Shell foi aprovado.

O movimento “Combustível mais barato já”, que começou a partir de adesões de internautas nas redes Orkut e Twitter, já conta com o apoio de diversas instituições, como o  Ministério Público, OAB-RN, Procon/RN, Procon/Natal, Câmara Municipal, CUT, Sindicato dos Jornalista, Sindicato dos Bugueiros e ainda Diretórios Estudantis de universidades como a Farn, Maurício de Nassau, UnP e Estácio de Sá.

abuso

Brasília - O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reconheceu ontem que tem havido abuso nos preços dos combustíveis, especialmente do etanol. Segundo ele, os preços são regulados pelo mercado, mas o governo já acionou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar a situação. “Há nove anos o preço da gasolina não tem aumento nas refinarias. Mas ela passa pelas distribuidoras, pelos postos, e o mercado é livre para estabelecer os preços. Quem pode fiscalizar isso, no que diz respeito aos abusos, é o Cade, ao qual já pedimos que atue”, afirmou.

Lobão disse também que já pediu à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para intervir no processo.

Ele espera que, com o aumento da produção de etanol, os preços se regularizem nas próximas semanas, mas ressaltou que o governo ainda não descarta a possibilidade de alterar o percentual de etanol que é misturado à gasolina.


Fonte Tribuna Do Norte

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